A situação de escândalos e a queda de auxiliares diretos da Presidência da República viraram rotina e são noticiadas todos os dias no país. Mas a corrupção existe nas mais diversas esferas da sociedade, seja na política, no favorecimento em repartições públicas, entre polícia e bandido, e acontecem a todo momento. Revoltada com a situação, a sociedade organizada declara guerra aos atos e comportamentos duvidosos, mobilizando-se para lutar contra a corrupção.
A campanha contra corrupção foi iniciada pelo Ministério Público Estadual e outras instituições com o tema “O que você tem a ver com a corrupção?”, e, agora, recebe apoio das lojas maçônicas. No último dia 15, na Marcha Contra a Corrupção, em Florianópolis, a Maçonaria, que até então mantinha discrição quanto às causas que apoiava, manifestou-se contrária à corrupção, assumindo publicamente essa posição.
Em Curitibanos, quatro lojas maçônicas, através de folders, faixas e outdoors, buscam conscientizar a população de que a situação tem de mudar e que a resposta pode vir das urnas nas próximas eleições. De acordo com venerável mestre da Loja Estrela do Planalto número 14 do Grande Oriente de Santa Catarina (Gosc) Antônio Sérgio da Costa, slogans com sete frases serão enfatizadas durante a campanha: “Corrupção e impunidade, tô fora”; “Diga não à corrupção”; “Pela dignidade, chega de impunidade”; “Saúde, segurança e educação, chega de corrupção”; “Ficha limpa, já”; “Você aí parado está sendo roubado”; e “Corrupção, quem paga a conta é você”. “Não é que estamos saindo do anonimato, até porque não somos secretos, apenas discretos. A ordem é a favor do bem comum, da lei da ficha limpa e de que escolhamos cidadãos honestos para governar nosso país”, explica Serginho.
Ele salienta que as atividades da Maçonaria não costumam ser divulgadas, mas, agora, trata-se de uma moção geral, que envolveu as três potências maçônicas do Estado – Grande Oriente de Santa Catarina (Gosc), Grande Oriente do Brasil de Santa Catarina (Gob-SC) e Grande Loja de Santa Catarina (GLSC) – na tentativa de mobilizar a população contra a corrupção e a impunidade. “Incentivamos que as pessoas busquem saber quem estão colocando no poder, averiguando a índole da pessoa para a qual darão o voto”, conclui.
Conforme o venerável mestre da Loja Cinzel número 89 da Grande Loja de Santa Catarina (GLSC) Valdinor João Ciotta, o fato de não concordar com a situação atual levou a instituição a aderir à campanha. “A situação precisa de um basta. Como está difícil de resolver a corrupção nas urnas, queremos conscientizar a população para que haja uma mudança imediata ou que a situação, pelo menos, diminua”, frisa.
O venerável mestre da Loja Terceiro Milênio número 50 do Grande Oriente de Santa Catarina (Gosc) Flademir Barp esclarece que a participação da Maçonaria na campanha contra corrupção objetiva fazer com que a população fique mais atenta à situação que acontece no país e selecione melhor as pessoas para os cargos de governo. “Cada pessoa que conseguirmos conscientizar poderá ajudar a evitar que mais pessoas corruptas permaneçam no poder. Também queremos que os bons políticos manifestem-se”, ressalta.
De acordo com o venerável mestre da Loja Luz Templária número 99 do Grande Oriente de Santa Catarina (Gosc) Carlos Didoné, o que está levando a Maçonaria a se mobilizar contra a corrupção é a preocupante naturalidade com que o problema está sendo encarado atualmente. Ele enfatiza que deve ser dado um basta na situação e que não se pode mais aceitar passivamente o mau exemplo que está sendo disseminado impunemente no país. “Chega de tolerância. Nossos jovens não podem acostumar-se a isso, que não é normal e muito menos aceitável. Buscamos mais responsabilidade e moralidade com a coisa pública, ética nas relações pessoais, bons exemplos não só para com os nossos filhos, mas em prol de toda a humanidade. Sonhamos com um País que, se ainda não é perfeito, pode e deve ser mais justo”, conclui.
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